LOVE SONG
MENSAGENS DE AMOR
26 de jul. de 2009
Hay que buscarse un amante.
Muitas pessoas têm um amante e outras
gostariam de ter um. Há também as que
não têm, e as que tinham e perderam.
Geralmente são essas últimas as que
vêem ao meu consultório para me contar
que estão tristes ou que apresentam
sintomas típicos de insônia, apatia,
pessimismo, crises de choro ou as mais
diversas dores.
Elas me contam que suas vidas transcorrem
monotonamente e sem perspectivas, que
trabalham apenas para sobreviver e que
não sabem como ocupar seu tempo livre.
Enfim, são várias as maneiras que elas
encontram de dizer que estão simplesmente
perdendo a esperança. Antes de me contarem
tudo isto, elas já haviam visitado outros
consultórios, onde receberam as condolências
de um diagnóstico firme: “Depressão”, além
da inevitável receita do anti-depressivo do
momento.
Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes
digo que elas não precisam de nenhum anti-
depressivo; digo-lhes que elas precisam de
um AMANTE! É impressionante ver a
expressão dos olhos delas ao receberem meu
veredicto. Há as que pensam: “Como é possível
que um profissional se atreva a sugerir uma
coisa dessas?!”
Há também as que, chocadas e escandalizadas,
se despedem e não voltam nunca mais. Àquelas,
porém, que decidem ficar e não fogem
horrorizadas com o meu conselho, eu explico
o seguinte: AMANTE é “aquilo que nos apaixona”.
É o que toma conta do nosso pensamento antes
de pegarmos no sono e é também aquilo que,
às vezes, nos impede de dormir.
O nosso AMANTE é aquilo que nos mantém
distraídos em relação ao que acontece à nossa
volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação
da vida. Às vezes encontramos o nosso amante
em nosso parceiro, outras, em alguém que não
é nosso parceiro mas que nos desperta as
maiores paixões e sensações indescritíveis.
Também podemos encontrá-lo na pesquisa
científica ou na literatura, na música, na
política, no esporte, no trabalho quando é
vocacional, na necessidade de transcender
espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou
no prazer obsessivo do passatempo predileto…
Enfim, é “alguém” ou “algo” que nos faz
“namorar” a vida e nos afasta do triste destino
de “durar”.
E o que é “durar”? Durar é ter medo de viver.
É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se
deixar dominar pela pressão, perambular por
consultórios médicos, tomar remédios
multicoloridos, afastar-se do que é gratificante,
observar decepcionado cada ruga nova que o
espelho mostra, é a preocupação com o calor
ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com
a chuva. Durar é adiar a possibilidade de desfrutar
o hoje, fingindo contentar-se com a incerta e frágil
sugestão de que talvez possamos fazer amanhã.
Por favor, não se empenhe em “durar”, procure
um amante, seja também um amante e um
protagonista… da vida. Pense que o trágico não
é morrer; afinal a morte tem boa memória e
nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é não
se animar a viver. Portanto, sem mais delongas,
procure um amante… A psicologia, após estudar
muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:
“Para se estar satisfeito, ativo e
sentir-se feliz, é preciso namorar
a vida.”
(Trad. do original “Hay que buscarse un amante”
do Dr. Jorge Bucay)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário