LOVE SONG

MENSAGENS DE AMOR

11 de jul. de 2009

Você tem sido uma pessoa ou um cogumelo?!?



"Eu conheço um planeta onde há
um homem vermelho, quase roxo.
Nunca cheirou uma flor.
Nunca olhou uma estrela.
Nunca amou ninguém.
Nunca fez outra coisa senão somas.

E o dia todo repete como tu:
"Eu sou um homem sério!
Eu sou um homem sério!"
e isso o faz inchar-se de orgulho.
Mas ele não é um homem;
é um cogumelo!"
Do livro O Pequeno Príncipe,
de Antoine de Saint Exupéry


Fiquei refletindo, depois de ler esta
brilhante afirmação de Saint Exupéry,
sobre ser uma pessoa ou um cogumelo...
Pensei que ser um cogumelo faz jus ao
sentimento de solidão característico
dos últimos tempos.

Temos experimentado uma combinação
explosiva entre insegurança e medo,
causando-nos uma solidão modificada,
diferente daquela que sentíamos
há algumas décadas, especialmente por
ser tão contraditória a dinâmica atual
do mundo, que nos proporciona tantas
formas de encontros.

A tecnologia facilita, aproxima, encurta
distâncias, oferece inúmeras opções
para se "conhecer" pessoas. Entretanto,
o fato é que estamos cada vez mais nos
sentindo sós, descartados de um todo
que outrora confortava, acolhia,
preenchia qualquer súbita sensação
de vazio.

Sim, é verdade, somos singulares por
natureza. Uma pessoa, uma vida.
Somos indivíduos por definição.
Há que se considerar, portanto,
a magia e a importância existentes
na condição de 'ímpar' que nos
identifica. Isto é indiscutível!

Porém, temos deixado escapar
uma percepção fundamental:
a de que somos parte essencial
de um todo, de um Universo
composto por milhões de outras
partes; e, sobretudo, que sem nos
moldarmos de maneira afetivamente
inteligente a algumas dessas partes
(àquelas que nos são complementares
e preciosas), nossa existência termina
perdendo o sentido.

A nossa forma só compõe um desenho
realmente válido quando encaixada a
outras formas. Mas para tanto,
precisamos nos envolver e nos permitir,
considerar possível a entrega apesar
de sentimentos como insegurança
e medo.

Temos misturado e confundido dois
termos que são, na verdade, antagônicos:
amor-próprio e egoísmo. Temos acreditado
- catastroficamente - que, ao desenvolvermos
uma boa auto-estima e respeitarmos
nossos desejos, deveremos - quase como
numa conta matemática - desconsiderar
o outro. Como se numa relação houvesse
espaço para somente um ser respeitado
e, consequentemente, o outro ser
desrespeitado.

Temos agido equivocadamente por
apostarmos que em detrimento
do que "o outro é", deve prevalecer
sempre o que "eu sou". Primeiro a
minha vontade. Depois, se for cabível,
dou atenção ao que o outro deseja.
E se ele não aceitar que assim seja,
então que 'vá às favas'.

Temos sido ingênuos o bastante para
acreditar que se o outro não nos aceita
como somos é porque não gosta de nós
o suficiente e, portanto, não merece
estar ao nosso lado e desfrutar de nossa
companhia.

Ledo engano. Relações que valem a pena
são aquelas onde há espaço para todos
serem respeitados, porque existe consciência
e disponibilidade para conhecer a si mesmo
e ao outro. O intuito tem de ser o de investir
num relacionamento cujo objetivo é servir
de caminho para a evolução de todos os
envolvidos, tenha ele o nome que for:
amizade, parceria, parentesco, casamento,
namoro ou qualquer outro.

Mas temos perdido a capacidade de
acolher as diferenças, de aceitar
aquilo que nos obriga a nos olhar de
frente, sem as máscaras. Não queremos
rever nossas escolhas. Não queremos
mudar para nos adaptar. A partir das
teorias atuais, mudar pelo outro não
faz parte das regras. Não combina com
amor-próprio. No entanto, por conta
da inflexibilidade e da distorção
sobre o que venha a ser o tal do amor-
próprio, estamos todos morrendo
de solidão.

É... eu sei que não dá para ser profundo
com todo mundo. Não teríamos tempo
nem disponibilidade interna para tanto.
Somos naturalmente seletivos. Por isso,
escolhemos (ou pelo menos deveríamos
escolher) certas pessoas para quem nos
entregamos a ponto de nos mostrar sem
máscaras, sem meias-palavras, sem
pensar tanto em como devemos nos
comportar e o que dizer ou em quem
ser a cada instante.

Invista nessas relações, pois é justamente
onde você vai encontrar espaço para
recarregar suas energias e, principalmente,
para retribuir essa energia aos seus amores.
É esse tipo de encontro que o faz sentir-se
integrante, porque mais do que ser adequado,
nelas você é autêntico, genuíno, inteiro
e, portanto, brilhante. Chega de ser
cogumelo!
Rosana Braga

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