Letícia Thompson
A carência afetiva é um mal que atinge todas as faixas etárias, culturas e classes sociais.
É pior que a gripe, que vem e vai embora, ou uma doença que mata de vez.
É um mal que consome as pessoas devagarinho.
A indiferença da sociedade atual face aos problemas do mundo, faz com que as pessoas sintam-se sozinhas e carentes.
Preferimos fechar os olhos ao que se passa ao nosso redor (e mesmo fora dele!) do que enfrentar a realidade da vida dos outros, dos seus problemas.
Há cada vez mais pessoas solitárias enquanto a população cresce.
As pessoas têm sede de amor.
O problema é que raramente querem ser fonte.
E nessa engrenagem há muita gente infeliz.
Então corre-se de um lado para o outro, alguns tentam achar compensação a nível profissional, outros em religiões, crenças e seitas.
A internet também faz parte desse mundo.
Fecha-se aqui, procura-se amores, amizades e certezas de que alguma coisa ainda existe capaz de compensar a falta de afeto.
E enganam-se.
Engana-se os outros e a si mesmo.
Quando Jesus andou na terra, tenho certeza que não precisava de nada.
Ele era auto-suficiente.
Apesar disso, viveu tudo: Ele andou, trabalhou, se entristeceu, chorou, sentiu fome, angústia, dor, morreu e ressurgiu.
E vivendo tudo isso, amou.
Amou até o fim, até pedir perdão para os que o crucificaram.
E tudo o que Ele viveu, foi para nos mostrar o exemplo.
De nada serviria se Ele tivesse pregado e não vivido as próprias palavras.
Como nós.
Mais que falar, precisamos viver.
O dia que as pessoas compreenderem que a solução está dentro delas mesmas, então o mundo terá uma chance de sair desse caos.
Se você quer ser amado, ame!
Quer receber um sorriso? Sorria!
Quer receber e-mails? Mande!
Quer carinho? Dê ternura até não agüentar mais.
Quer atenção? Seja atencioso!
Talvez não funcione imediatamente.
É um remédio que precisa de um tempo para começar a fazer efeito.
Mas, quando você estiver curado interiormente, vai ser outra pessoa, de maneira tal que será impossível não receber de volta a felicidade que espalhou.
Temos a mania de querer comprar tudo.
Mas muitas coisas da vida precisamos plantar, cuidar e colher com nossas próprias mãos.
Nem tudo se vende e se compra e afeto faz parte dessas raras coisas.
Não amamos a Deus por que Ele nos amou primeiro?
Então, vivamos de maneira que possamos ser os primeiros a dar afeto, amor, atenção.
Sejamos os antídotos do ódio e da indiferença.
Tudo o que virá após, será compensação.
Estaremos contribuindo assim para uma sociedade mais humana, mais justa e mais equilibrada.
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