LOVE SONG

MENSAGENS DE AMOR

18 de ago. de 2009

De correrias e paradas



Já repararam como a gente vive correndo pra tudo?
Estamos sempre atrasados. Todo mundo quer tudo
pra ontem. Não se tem mais tempo de ficar
conversando simplesmente jogando conversa fora.

Até para comer não se tem tempo. Engole-se qualquer
coisa, mesmo de pé. Em muitas lanchonetes agora
têm mesinhas bem altas onde se pode comer sem
se sentar.

E vamos engolindo e empurrando as coisas de barriga
porque não temos tempo nem de digerir as informações
que obtemos todos os dias. Se tentamos brecar e andar
na marcha lenta somos olhados com desconfiança,
tratados como doentes.

Essa pressa indiscriminada gera a angústia de querer
mais e sempre mais. Não se fica satisfeito quando se
está de pernas pro ar. A consciência martela e o
complexo de culpa aparece por não se estar
produzindo nada.

É uma cobrança geral: "O que você está fazendo de
bom?", "leu aquele livro?", "viu aquele filme?", "fez
aquele curso?", "por que não viaja?", "foi pra Europa?";
já publicou seu livro?".

Não se pode simplesmente curtir o nada-fazer-nada-
pensar. Tem sempre algum pentelho querendo cobrar
ação e cutucando a gente.

Essa ansiedade generalizada e a síndrome do pânico
que afetam tantas pessoas são geradas por essa
eterna cobrança em se fazer de tudo a toda hora
com a maior rapidez.

Quem não tem essa hiperatividade ligada não
consegue acompanhar o mundo e se sente carta-
fora-do-baralho. Daí as angústias e a insatisfação
consigo mesmo.

Eu já me senti assim. Já tive distúrbios psicológicos
em função disso. Já tive insatisfação generalizada,
síndrome do pânico, depressão, medo de tudo. Não
conseguia me adaptar a essa correria desenfreada
dos dias atuais.

Hoje, ando na "banguela" sem medo. Todos irão para
o mesmo lugar um dia. Não adianta correr mais. Puxo
o freio-de-mão de vez em quando e penso na vida, pois
viver e sentir que se está vivo é que é o "grande barato”.

Hoje, deixo para amanhã o que não consigo fazer na
hora. Sem culpas. E embora eu me pegue na corrida
de vez em quando, tenho curtido meus momentos com
mais intensidade. E repito: sem culpas!
odeteronchibaltazar

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