LOVE SONG

MENSAGENS DE AMOR

17 de set. de 2008

Demonstrar amor, sempre! Implorar, jamais!



Rosana Braga

Andei escrevendo alguns artigos defendendo as
demonstrações de amor, a transparência dos
desejos e insistindo em afirmar que forte é aquele
que assume o que está sentindo, ainda que isso
seja feito através de lágrimas e sofrimento.
Pois muito bem!
Recebi dezenas de mensagens de pessoas contando
sobre o quanto têm exposto o que sentem e o
quanto isso tem lhes rendido mais desafeto, menos
estima por si mesmas e frustrações seguidas de
frustrações.

Observando tais histórias, notei que, como em
tudo o que é sutil e profundo ao mesmo tempo, há
um tênue limite a ser observado nesta questão.
Ou seja, é preciso amadurecimento e autopercepção
para notar a diferença entre ‘demonstrar o que se
sente’ e ‘mendigar o amor do outro’ – coisa que
nunca defendi e nem pretendo fazê-lo agora; tanto
que, numa outra ocasião, escrevi “O outro tem o
direito de não gostar de você!”.

Tem muita gente confundindo ‘ser sincero’ com
‘ser inconveniente’; pessoas agindo sem dignidade em
nome não de um amor, mas de uma obstinação infantil
e neurótica. Quando digo que precisamos começar a
admitir mais o que sentimos, não estou dizendo que
devemos empurrar esse sentimento ‘goela abaixo’
do outro, nem implorar, esgoelar-se, fazer chantagens
ou mendigar afeto.

Se o outro disse ou demonstrou que não quer, que
não pode retribuir o amor que sentimos, o mínimo
que podemos fazer é respeitá-lo e – sobretudo – tentar
manter nossa autoridade moral diante deste ‘não’.
Acontece que aí está outro tênue limite: a diferença
entre ‘comportar-se de modo digno’ e ‘agir movido
por um orgulho despeitado’.

De novo, é preciso maturidade para se dar conta de
que chorar, expressar-se emocionalmente, esclarecer
desejos e ser honesto com sua própria dor faz parte
de uma personalidade íntegra; ao passo que ficar
com raiva, se fechar ou demonstrar indiferença e
superioridade quando o coração está, na verdade,
sangrando, são atitudes que evidenciam um ego
exacerbado, uma agressividade enrustida e nada
produtiva.

Mas há que se considerar que entre a infantilidade
e a maturidade existe um longo caminho a ser
percorrido e muitas experiências a serem vivenciadas;
isto é, uma vida inteira! E quem de nós nunca se excedeu,
nunca insistiu ou nunca se comportou de modo orgulhoso
e despeitado diante das armadilhas do coração?

Felizmente, pouquíssimos ou ninguém se reconhecerá
tão conveniente, tão adequado e absolutamente
oportuno na dança do amor; até porque, estaria
sendo pedante, dito certamente. Sendo assim, mais
do que levar tão a sério o “jamais” que coloquei
propositadamente no título deste artigo, meu intuito
que eu e você consigamos ser corajosos o bastante
para arriscarmos e apostarmos mais uma vez na
possibilidade de ser melhor!

Afinal, bom mesmo é descobrir na prática, errando e
acertando, o quanto podemos amadurecer, nos tornar
mais autênticos e inteiros no exercício de amar!

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