LOVE SONG

MENSAGENS DE AMOR

18 de set. de 2009

Afinidade


Afinidade é um dos poucos sentimentos
que resistem ao tempo e ao depois.

A afinidade não é o mais brilhante,
mas o mais sutil, delicado e penetrante
dos sentimentos. É o mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os
adiamentos, as distâncias, as
impossibilidades. Quando há afinidade,
qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa, o afeto no exato
ponto em que foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo mediando
a vida. É uma vitória do adivinhado
sobre o real. Do subjetivo para o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro. Do
básico sobre o superficial.

Ter afinidade é muito raro. Mas quando
existe não precisa de códigos verbais
para se manifestar. Existia antes do
conhecimento, irradia durante e
permanece depois que as pessoas
deixaram de estar juntas. O que você
tem dificuldade de expressar a um
não afim, sai simples e claro diante
de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando
parecido a respeito dos mesmos fatos que
impressionam, comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavras.
É receber o que vem do outro com
aceitação anterior ao entendimento.

Afinidade é sentir com. Nem sentir contra,
nem sentir para, nem sentir por, nem sentir
pelo. Quanta gente ama loucamente, mas
sente contra o ser amado. Quantos amam
e sentem para o ser amado, não para eles
próprios.

Sentir com é não ter necessidade de
explicar o que está sentindo. É olhar e
perceber. É mais calar do que falar, ou,
quando é falar, jamais explicar: apenas
afirmar.

Afinidade é jamais sentir por. Quem
sente por, confunde afinidade com
masoquismo. Mas quem sente com,
avalia sem se contaminar. Compreende
sem ocupar o lugar do outro. Aceita para
poder questionar. Quem não tem afinidade,
questiona por não aceitar.

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais
esperanças. É conversar no silêncio, tanto
nas possibilidades exercidas quanto das
impossibilidade vividas.

Afinidade é retomar a relação no ponto em
que parou sem lamentar o tempo de
separação. Porque tempo e separação nunca
existiram. Foram apenas oportunidades
dadas (tiradas) pela vida, para que a
maturação comum pudesse se dar. E para
que cada pessoa pudesse e possa ser, cada
vez mais a expressão do outro sob a forma
ampliada do eu individual aprimorado.
(Artur da Távola)

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