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MENSAGENS DE AMOR

29 de abr. de 2009

O PARADOXO DE NOSSO TEMPO...



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O paradoxo de nosso tempo na história
é que temos edifícios mais altos, mas
pavios mais curtos; auto-estradas mais
largas, mas pontos de vista mais estreitos;
gastamos mais, mas temos menos; nós
compramos mais, mas desfrutamos menos.
Temos casas maiores e famílias menores;
mais conveniências, mas menos tempo;
temos mais graus acadêmicos, mas menos
bom senso; mais conhecimentos e menos
poder de julgamento; mais proficiência,
porém mais problemas; mais medicina,
mas menos saúde.

Bebemos demais, fumamos demais,
gastamos demais e de forma perdulária,
dirigimos rápido demais, nos irritamos
muito facilmente, ficamos tempo demais
diante da TV, ficamos acordados até tarde,
acordamos cansados demais. Porém, rimos
de menos, raramente paramos para ler um
livro, e raramente oramos. Multiplicamos
nossas posses, mas reduzimos nossos valores.
Falamos demais, amamos raramente e
odiamos com muita freqüência. Aprendemos
como ganhar a vida, mas não vivemos essa
vida. Adicionamos anos à extensão de nossas
vidas, mas não vida à extensão de nossos
anos. Já fomos à Lua e dela voltamos, mas
temos dificuldade em atravessar a rua e
nos encontrarmos com nosso novo vizinho.

Somos mais estudados, no entanto, entendemos
menos. Conquistamos o espaço exterior, mas
não nosso espaço interior. Compreendemos
e entendemos o comportamento humano, mas
não entendemos a nós. Fizemos coisas maiores,
mas não coisas melhores. Limpamos o ar, mas
poluímos a alma. Dividimos o átomo, mas não
nossos preconceitos. Criamos a vida mas
perdemos qualidade de viver. Escrevemos mais,
mas aprendemos menos. Planejamos mais, mas
realizamos menos. Aprendemos a correr contra
o tempo, mas não a esperar com paciência.

Temos maiores rendimentos, mas menor padrão
moral. Temos mais comida, mas menos
apaziguamento. Construímos mais computadores
para armazenar mais informações para produzir
mais cópias do que nunca, mas temos menos
comunicação. Tivemos avanços na quantidade,
mas não em qualidade. Estes são tempos de
refeições rápidas e digestão lenta; de homens
altos e caráter baixo; lucros expressivos, mas
relacionamentos rasos. Estes são tempos em
que se almeja paz mundial, mas perdura a
guerra nos lares; temos mais lazer, mas menos
diversão; maior variedade de tipos de comida,
mas menos nutrição.

São dias de duas fontes de renda, mas de mais
divórcios; de residências mais belas, mas
lares quebrados. São dias de viagens rápidas,
fraldas descartáveis, moralidade também
descartável, ficadas de uma só noite, pílulas
que fazem de tudo: alegrar, aquietar, matar,
emagrecer. É um tempo em que há muito na
vitrine e nada no estoque; um tempo em que
a tecnologia pode levar-lhe estas palavras
e você pode escolher entre fazer alguma
coisa a respeito, ou simplesmente apertar
a tecla DEL...
George Carlin

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