Letícia Thompson
Se fossem simples, já não teriam
esse nome. E se têm é porque fazem
torta a vida de quem sofre com eles.
Os complexos são impressões que
sentimos que o mundo inteiro está
concentrado na nossa pessoa.
É como se houvesse um projetor sobre
nossa cabeça, mesmo e, talvez
principalmente, em plena luz do dia.
É algo que dói tão profundamente e
tanto mais se não pode ser mudado.
As pessoas em volta não percebem isso.
Aliás, a realidade é que elas se importam
pouco com os complexos de outros,
a pessoa que mais se importa com isso
é o próprio complexado.
E é a única pessoa que sofre também.
Sofre no âmago. Se algo não for feito,
a tendência é a anulação na pessoa
das grandes qualidades por uma
pequena diferença.
O remédio? Antes de tudo aceitação.
Aceite-se! Se há algo em você que te
incomoda e que você não pode mudar,
aceite! Comece por perceber que não
existe um projetor sobre sua cabeça,
que o mundo não para de girar quando
você chega e que todas as pessoas não
olham pra você.
Pare de se comparar com esse ou aquele
outro, porque você não sabe, mas é
possível que essas pessoas que você
olha tenham elas também seus complexos,
outros, e que até gostariam de trocar
de lugar com você.
E se acontecer de você ter realmente
algo "diferente" e alguém se divertir
com isso, divirta-se também. Se você
se vê com naturalidade e bom humor,
os outros aprenderão a te ver dessa
forma. E vão te admirar por isso.
Olhe-se bem no espelho. Há certamente
algo bonito em você, que seja no físico
ou na alma. Realce isso!!! Se você deve
chamar a atenção de alguma forma,
que seja pelo seu bom humor, suas
gargalhadas, seu jeito de olhar ou
conversar com as pessoas.
Não sei se você sabe, mas diz a Bíblia
que Jesus "não tinha parecer, nem
formosura." E nós o amamos pelo
que Ele foi, pelo que Ele é e pelo que
Ele será na nossa vida.
O dia que você partir, ninguém vai se
lembrar do que você não tinha, mas
do que ofereceu, do que deixou, da
amizade e da saudade que soube
cravar nos corações.