LOVE SONG

MENSAGENS DE AMOR

19 de jun. de 2008

Quando o Amor Morre...


Quase nunca percebemos isso, mas todos os dias morre um Amor!...
Às vezes, de forma lenta e gradativa, quase indolor,
após anos e anos de rotina; às vezes melodramaticamente,
como nas piores novelas mexicanas, com direito a bate-bocas
vexaminosos, capazes de acordar o mais surdo dos vizinhos.
Morre numa cama de motel ou em frente à televisão num domingo;
Morre sem um beijo antes de dormir, sem as mãos dadas,
sem os olhares compreensivos, com gosto de lágrima nos lábios;
Morre depois de telefonemas cada vez mais espaçados,
cartas cada vez mais concisas, beijos que esfriam aos poucos...
Morre da mais completa e letal inanição.
Todos os dias morre um Amor!...
Às vezes com uma explosão, quase sempre com um suspiro...
Todos os dias morre um Amor, embora nós, românticos mais
na teoria do que na prática, relutemos em admitir, porque
nada é mais dolorido do que a constatação de um fracasso,
de saber que, mais uma vez, um Amor morreu!...
Porque, por mais que não queiramos aprender,
a Vida sempre nos ensina alguma coisa.
E esta é a lição: amores morrem!!!
Todos os dias um Amor é assassinado!...
Com a adaga do tédio, o veneno da indiferença,
a força do escárnio, a metralhadora da traição...
A caixa de presentes devolvidos, os ponteiros que
não param no relógio, o silêncio ensurdecedor depois
de uma discussão: todo o crime deixa evidências.
Todos nós fomos assassinos um dia...
Há aqueles que se refugiam em salas de cinema vazias
ou preferem esconder-se debaixo da cama, ao lado do bicho-papão,
outros confessam a sua culpa em altos brados, fazendo
de penico os ouvidos de quem ainda os ouve...
Há aqueles que negam, veementemente, participação no crime,
e buscam por novas vítimas em salas de chat ou pistas
de uma qualquer discoteca, sem dor nem remorso...
Os mais periculosos aproveitam a sua experiência de criminosos
para escrever livros de auto-ajuda com nomes paradoxais
ou romances açucarados, difundindo ao Mundo ilusões
fatais aos corações sem cicatrizes...
Existem os Amores que clamam por um tiro de misericórdia:
corcéis feridos.
Existem os "Amores-zombies", aqueles que se recusam a admitir que morreram.
São capazes de perdurar anos, mortos-vivos sobre a Terra teimando
em resistir à base de camas separadas, beijos burocráticos,
sexo sem tesão.
Estes não querem ser sacrificados, e, à semelhança dos zombies,
também se alimentam de cérebros humanos, definhando paulatinamente
até se tornarem laranjas chupadas.
Existem os "Amores-vegetais", aqueles que vivem em permanente
estado de letargia, comuns principalmente entre os amantes platónicos
que recordarão até o fim de seus dias aquele sorriso,
aquele beijo, aquele olhar...
Mas hesito em dizer que isso possa ser classificado como Amor.
(Bah!!! Isso não é Amor; Amor vivido só do pescoço pra cima não é Amor!).
Existem, por fim, os "Amores-fénix", aqueles que, apesar
da luta diária pela sobrevivência, das contas a pagar,
da paixão que escasseia com o decorrer dos anos,
da TV ligada na mesa-redonda ao final do domingo e das brigas
que não levam a nada, ressuscitam das cinzas a cada fim de dia
e perduram, teimosos e belos, e cegos e intensos.
Mas estes são raríssimos, e há quem duvide de sua existência.
Alguns chamam-nos de "Amores-unicórnio", porque são de uma beleza
tão pura e rara que jamais poderiam ter existido, a não ser como lendas.
Mas... Eu recuso-me a acreditar nisso!!!
Não importa o tamanho da montanha...
Ela não pode tapar o Sol!!!
D.A

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