LOVE SONG

MENSAGENS DE AMOR

10 de mai. de 2008

A HUMILDADE E O EQUILÍBRIO


A verdadeira humildade é o equilíbrio.
Haverá alguém capaz de concordar comigo nessa constatação?
A humildade como habitualmente concebida, representa o pólo oposto da soberba.
E o que é pólo oposto pertence ao mesmo eixo.
Como pode o pólo oposto de um eixo deixar de contaminar-se com o sistema ao qual pertence?
Mesmo quando algo se opõe, por isso mesmo, faz parte do sistema dentro do qual de alguma forma é oposição.
A humildade como anulação do ego sempre pretende o reconhecimento ou o mérito.
Destarte, "humildade" entendida como ausência de vontade, humildade não é.
Ela é "nobre" por contrariar a soberba e assim se afirma, mas tudo o que se afirma e se destaca, por ser elevado, nobre, etc. de algum modo exalta-se, logo não é humildade plena.
Já o equilíbrio, este não visa o reconhecimento nem o aplauso oriundo da humildade entendida no sentido acima: o de oposto da soberba pela ablação da vontade.
Nem, por outro lado, adota as táticas vitoriosas provenientes da sensação de onipotência, superioridade, arrogância ou soberba.
O equilíbrio não busca os louros nem os aplausos de qualquer dos dois pólos dessa complexa relação: ele aceita as energias necessárias à vitória e quando a obtém não comemora nem se sente superior pelo fato e - ao mesmo tempo - o equilíbrio sabe incorporar os elementos de modéstia inerentes à humildade.
Em síntese: não se vangloria nem se anula.
Vive a necessidade de compreender suas limitações, falhas e pequenezas em silêncio e introspecção sem alardear.
O verdadeiro equilíbrio passa despercebido.
Nem recebe os louros soberbos da vitória nem o aplauso e reconhecimento do mérito que vem quando há a humildade, no sentido tradicional de anulação do "ego".
O equilíbrio é silencioso, não é comemorado e (aqui a humildade verdadeira): não é compreendido.
Seu labor de buscar os aspectos positivos da energia necessária ao êxito e as virtudes de contenção indispensáveis à humildade, leva-o a ser um agente integrador dos dois pólos, desagradando, até, a ambos mas propiciando a fusão salvadora.
É atitude bem mais complexa e profunda.
Quem a compreenderá?
Artur da Távola
http://www.arturdatavola.blogger.com.br/2006_08_27_archive
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