Viver através dos outros é uma maneira tanto de alcançar o inalcançável quanto de fugir à eventuais conseqüências desse mesmo tipo de viver.
Sonhamos não o sonho dos outros, pois nada mais individual e pessoal que sonhos, mas através do que outros possuem ou aparentam ter.
Vemos a vida como quem assiste uma novela, nos ligamos, nos emocionamos, até sofremos e nos alegramos, mas podemos a qualquer momento desligar a televisão e fazer alguma outra coisa.
Nos envolvemos sem estarmos verdadeiramente dentro, estamos sob a chuva cobertos por um guarda-chuva.
Assim também vemos o aperfeiçoamento pessoal.
Tão brilhante e aquecedor quanto a luz do sol, a grandeza de certas almas chega até a nós, porém vemos isso como se fôssemos simples expectadores da vida.
É bonito ser bom, é nobre ser humilde e ter em si o dom do perdão, ou pelo menos a vontade maior de se chegar até lá, mas nos sentimos incapazes de atingir tal grandeza, como se o "ser bom" e o "procurar construir um mundo melhor" fosse dado apenas a certos privilegiados dos quais nos excluímos.
Toda caminhada é um trabalho sobre si mesmo.
Se a mente não ordena as pernas não andam.
Pensar que a vida foi construída apenas para alguns privilegiados e que podemos ficar de fora é negar a nós mesmos a possibilidade de chegar a um cimo.
O que é difícil para uns o é para outros, talvez em escalas diferentes, mas difícil ainda assim.
Por que o ser humano recusa-se terminantemente a uma mudança radical, quando essa mudança é para seu próprio bem?
Talvez por se sentir incapaz, não merecedor ou simplesmente porque a acomodação exige menos esforço.
Pedras preciosas são, a princípio, grosseiras pedras que podem ser confundidas com quaisquer outras.
O polimento requer quebra, corte, mudança e tempo.
Entregarmo-nos a esse polimento é recolhermo-nos, abandonarmos as idéias pré-concebidas e abrirmo-nos a algo novo, desconhecido e temível ao mesmo tempo.
Preferimos sim sonhar através dos outros.
Vivemos sem vivermos e alcançamos nosso alvo sem chegarmos a lugar nenhum.
Só que o mundo foi feito para todos nós.
Ele foi cuidadosa e minuciosamente sonhado e realizado e nós somos as privilegiadas flores que o Senhor plantou.
Importa pouco se essa flor nasceu antes ou depois, se é mais viva, maior ou mais resistente, Deus dá a cada um de nós meios de sobrevivência e a oportunidade de crescimento.
Ele nos dá não sonhos longíquos e impossíveis, mas ferramentas e verdadeiras possibilidades.
O que vamos fazer de tudo isso depende inteiramente de nós.
© Letícia Thompson
Sonhamos não o sonho dos outros, pois nada mais individual e pessoal que sonhos, mas através do que outros possuem ou aparentam ter.
Vemos a vida como quem assiste uma novela, nos ligamos, nos emocionamos, até sofremos e nos alegramos, mas podemos a qualquer momento desligar a televisão e fazer alguma outra coisa.
Nos envolvemos sem estarmos verdadeiramente dentro, estamos sob a chuva cobertos por um guarda-chuva.
Assim também vemos o aperfeiçoamento pessoal.
Tão brilhante e aquecedor quanto a luz do sol, a grandeza de certas almas chega até a nós, porém vemos isso como se fôssemos simples expectadores da vida.
É bonito ser bom, é nobre ser humilde e ter em si o dom do perdão, ou pelo menos a vontade maior de se chegar até lá, mas nos sentimos incapazes de atingir tal grandeza, como se o "ser bom" e o "procurar construir um mundo melhor" fosse dado apenas a certos privilegiados dos quais nos excluímos.
Toda caminhada é um trabalho sobre si mesmo.
Se a mente não ordena as pernas não andam.
Pensar que a vida foi construída apenas para alguns privilegiados e que podemos ficar de fora é negar a nós mesmos a possibilidade de chegar a um cimo.
O que é difícil para uns o é para outros, talvez em escalas diferentes, mas difícil ainda assim.
Por que o ser humano recusa-se terminantemente a uma mudança radical, quando essa mudança é para seu próprio bem?
Talvez por se sentir incapaz, não merecedor ou simplesmente porque a acomodação exige menos esforço.
Pedras preciosas são, a princípio, grosseiras pedras que podem ser confundidas com quaisquer outras.
O polimento requer quebra, corte, mudança e tempo.
Entregarmo-nos a esse polimento é recolhermo-nos, abandonarmos as idéias pré-concebidas e abrirmo-nos a algo novo, desconhecido e temível ao mesmo tempo.
Preferimos sim sonhar através dos outros.
Vivemos sem vivermos e alcançamos nosso alvo sem chegarmos a lugar nenhum.
Só que o mundo foi feito para todos nós.
Ele foi cuidadosa e minuciosamente sonhado e realizado e nós somos as privilegiadas flores que o Senhor plantou.
Importa pouco se essa flor nasceu antes ou depois, se é mais viva, maior ou mais resistente, Deus dá a cada um de nós meios de sobrevivência e a oportunidade de crescimento.
Ele nos dá não sonhos longíquos e impossíveis, mas ferramentas e verdadeiras possibilidades.
O que vamos fazer de tudo isso depende inteiramente de nós.
© Letícia Thompson
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