LOVE SONG
MENSAGENS DE AMOR
19 de set. de 2010
Por que as folhas caem?
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A cada outono, certas plantas
e árvores preparam-se para
um repouso necessário e vital
à sua vida e continuação.
Algumas espécies de árvores
matizam-se de várias cores,
num maravilhoso contraste
entre a melancolia e a beleza
extrema. Depois, uma a uma,
as folhas caem, como lágrimas,
até que as árvores, nuas e
tristes, abram os braços ao
inverno e esperem, pacientemente,
a primavera, que restaurará
cada folha caída.
Por que para nós seria diferente?
Por que não perder antes de
reencontrar, por que não as
lágrimas, por que não dias áridos,
frios e secos? E por que não a
esperança de que a primavera
volte? Porque, creiam, ela
volta sempre!
Talvez nos julguemos bons demais
para receber o sofrimento, como
se ele fosse sempre símbolo de
castigo e não algo necessário
ao nosso crescimento.
As folhas caem e as árvores
parecem assim tão desprotegidas,
tão solitárias!... e eu me pergunto
o que faz com que sobrevivam.
Elas entendem que esse período
é necessário à sua renovação.
Elas aceitam, doam-se e esperam
e recebem de volta, no tempo
oportuno.
Assim somos nós com todas as
perdas que sofremos, com as
lágrimas que escorrem e salgam
nossa boca, com o tempo que
parece interminável ou as
noites longas demais.
Tanto que não entendemos e
não aceitamos o sofrimento,
ele se prolongará. Tanto que
não vemos isso como uma fase,
apenas uma fase, a ferida
estará aberta e sangrará.
Não aceitar o outono e negar
o inverno não faz com que não
existam. Apenas nos deixam
fora de uma realidade que
chega pra todo mundo.
Não somos maus demais para
recebê-los como um castigo e
nem bons demais para que
possamos não acolhê-los.
As árvores perdem as folhas
e perdemos os nossos. Elas
choram e choramos também.
Elas esperam e nada há que
nos impeça de esperar.
E elas recebem, a seu tempo
determinado, novos galhos e
novas folhas, novas flores e
novos frutos. Sentem-se assim
completas.
Somos assim o que somos e
o mesmo Deus que sustenta a
s árvores, nos sustenta a nós!
E Ele nos poda, nos molda, nos
deixa nús e aparentemente sem
defesa, mas está sempre presente
e estará ainda quando a
primavera voltar, quando
seremos, depois do inverno frio,
renovados e prontos para
recomeçar.
Letícia Thompson
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