LOVE SONG

MENSAGENS DE AMOR

3 de nov. de 2009

Um Sonho de Liberdade


Você aí, precisando saltar... eu aqui, precisando soltar.
Ambos, você e eu, precisamos soltar e saltar.
Você, a segurança invejada e duramente conquistada
do atual "status quo".
Na verdade este lugar e este sonho nem são seus.
Admita!
Eles apagam o seu peito, tiram-lhe a vontade de viver.
São como algemas douradas,
mas algemas são sempre algemas.
Douradas ou não, elas impedem o estender das asas.
Eu, tão mascarada como você, vivendo o mesmo impasse.
Então, faça de conta que soltaremos e saltaremos juntos.
Quase nada levo na bagagem.
De material, uns poucos álbuns e livros, alguns CDs,
umas poucas mudas de roupa.
De imaterial, eu me levo por inteira.
Levo as "neuroses de guerra",
Mas não creio que seja impossível
juntar as suas com as minhas ...
o "front" sempre deixa marcas.
Gostaria de ter um gato para puxar pelo rabo
e concedo-lhe o direito de adotar um cão esfomeado,
acostumado a viver de brisa.
Levo também o meu sonho e o meu grito de liberdade.
Levo esta sede incontrolável de ser feliz,
esta necessidade suprema de estar perto do mar,
como se de Deus eu estivesse.
Trabalharemos hoje para comer amanhã.
Venderemos a nossa arte a um precinho camarada
nas feiras da vida ...
que importam o preço e o mérito?
Estes nunca significaram nada
e trouxeram muito mais lágrimas do que alegrias.
Estou disposta a trocar tudo que sou e sei
por um casebre e um prato de sopa quente
com direito a um pingado pela manhã
mais um pão com manteiga na chapa.
É o que me basta!
Mas em contrapartida, jogaremos fora os relógios
junto com as algemas e com todas as máscaras

que vestimos por descuido,
sem ouvir os apelos do nosso íntimo gritando:
Não! Não vá por aí!
Caminharemos pela praia em longos papos sem fim
e à noite, antes que o sono nos arrebate,
cantaremos e dançaremos com alguns boêmios,
desprovidos e despojados...
assim como nós -desertores!
Quando o inverno rigoroso chegar nos

aqueceremos no fogo de alguma lareira improvisada.
E, no júbilo do espírito completamente sujo
e lambuzado de VIDA, gritaremos:
LIBERDADE!
Fátima Irene Pinto

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