LOVE SONG

MENSAGENS DE AMOR

18 de dez. de 2009

Ainda...


Ainda pior que a convicção do não
e a incerteza do talvez é a desilusão
de um quase.

É o quase que me incomoda, que me
entristece, que me mata trazendo
tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga,
quem quase passou ainda estuda,
quem quase morreu está vivo,
quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que
escaparam pelos dedos, nas chances
que se perdem por medo, nas idéias
que nunca sairão do papel por essa
maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva
a escolher uma vida morna; ou melhor,
não me pergunto, contesto. A resposta
eu sei de cór, está estampada na
distância e frieza dos sorrisos, na
frouxidão dos abraços, na indiferença
dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até
pra ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece,
o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para
decidir entre a alegria e a dor, sentir
o nada, mas não são. Se a virtude
estivesse mesmo no meio termo, o mar
não teria ondas, os dias seriam nublados
e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não
aflige nem acalma, apenas amplia o
vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que
todas as estrelas estejam ao alcance,
para as coisas que não podem ser
mudadas resta-nos somente paciência
porém, preferir a derrota prévia à
dúvida da vitória é desperdiçar a
oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos,
chance; pros amores impossíveis,
tempo.

De nada adianta cercar um coração
vazio ou economizar alma. Um romance
cujo fim é instantâneo ou indolor não
é romance.

Não deixe que a saudade sufoque, que
a rotina acomode, que o medo impeça
de tentar.

Desconfie do destino e acredite em
você. Gaste mais horas realizando
que sonhando, fazendo que planejando,
vivendo que esperando porque, embora
quem quase morre esteja vivo, quem
quase vive já morreu.
© Sarah Westphal Batista da Silva

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