Estamos no apocalipse da afetividade!
Vejo as pessoas correndo no sentido oposto do amor,
percebo muito mais um "tirar" do outro do que dar ao outro.
Todo mundo carente no amplo sentido da carência afetiva.
As pessoas hoje têm poucos amigos, raros confidentes
e estão muito desconfiadas das intenções de cada um
que se aproxima delas.
Com todas as mudanças e desestruturas que foram acontecendo,
se estabeleceu um caos, uma desordem onde não sabemos mais
nos relacionar de forma clara e frontal.
O processo de individuação chegou ao clímax na individualização
e agora é cada um por si.
Solitários, perambulamos nesse inerte contexto procurando
por algo sólido no qual possamos acreditar.
As relações se tornaram distantes, virtuais,
às vezes até inconseqüentes.
Saímos do flerte da década de 50, passamos pela liberação
sexual nas décadas de 60/70, erguemos as bandeiras
da geração saúde na década de 80, enrijecemos
os músculos no culto ao corpo na década de 90
e entramos no novo milênio vazios.
Foi uma caminhada evolutiva, mas nem sempre vamos compreendendo
o que se passa a cada mudança comportamental no qual uma geração
é inserida, forçada a experimentar novas técnicas e culturas.
Do fruto proibido dos nossos pais, muitos nasceram "bastardos";
da liberdade sexual surgiram muitas mãe e pais solteiros;
da autonomia financeira feminina chegamos ao desmonte de
muitos casamentos; da nova educação primária, à presença
efetiva das crianças nas creches desde cedo; do culto ao diploma
chegamos a um bando de bacharéis desempregados; da liberdade
de imprensa conquistamos a maioria de cidadãos desacreditados
do Estado e da política; da crise financeira sobrou pouco dinheiro
no bolso; da violência em cada esquina nos tornamos prisioneiros
enjaulados por trás de grades e dentro de carros blindados.
Urano em Aquário trouxe-nos a Nova Era, a necessidade
de pensar no conjunto, na comunidade, no entrelaçar, colaborar,
unir valores distintos, trouxe o holismo, o somar com liberdade
e Urano agora transita pelo signo de Peixes, promovendo renovação
da forma da busca do self.
Peixes traduz o amor incondicional, a descentralização,
o não ao preconceito, a unidade.
Netuno, regente de Peixes transita por Aquário diluindo
os propósitos aquarianos de individualização.
Penso que depois dessa tsunami estamos nadando em círculos
no mar morto até encontrar um novo horizonte,
onde os elos de cada alma se encaixem formando uma corrente
de mais solidariedade, traçando novos caminhos para a humanidade
onde haja espaço para cada um e o todo se integre na união das pessoas.
D.A
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