
Letícia Thompson
Quando, apesar de todas as nossas reticências,
sentimos que alguém consegue penetrar
no nosso interior e na nossa alma;
É quando independe de nós essa pessoa
estar presente;
É quando nosso coração não nos obedece,
se torna rebelde, se oferece;
É sonhar acordado ou dormindo
sem que saibamos ver a diferença;
É quando vemos rosa no cinza,
vermelho no preto, azul no incolor;
É quando passamos a gostar do que antes
não tinha o menor valor;
É quando um sacrifício se torna um
simples ato de oferenda, voluntária e de
bom coração.
É quando um riso vem com uma lágrima
e uma lágrima vem cheia de perdão;
É quando, se magoamos, sentimos
que dói mais na gente que no outro;
É quando esperamos pelo futuro como se
ele fosse chegar amanhã;
É quando aprendemos com o outro coisas
que jamais poderíamos ter imaginado;
É quando ensinamos coisas
que não suspeitávamos que sabíamos;
Amar é morrer de amor e sentir que a vida
está nascendo lentamente dentro da gente;
Amar, é dar o presente da eternidade
à pessoa que se ama;
É encontrar no fundo da gente um cantinho
permanente onde o outro poderá habitar
até o depois, até o muito além do depois.
Amar é, finalmente, aceitar o outro como
ele é, quem ele é e o que ele é.
E dar o coração de presente para que o
outro sinta que é a pessoa mais importante
na vida da gente.
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